sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O açúcar que virou cachaça


A cana-de-açúcar foi a primeira atividade econômica dos portugueses por aqui. Ela foi introduzida, em 1532, por Martin Afonso de Souza [...] no litoral do estado de São Paulo. Mas como as terras de massapé da Zona da Mata, no Nordeste, eram muito férteis, a cultura da lavoura proliferou vertiginosamente pelo litoral nordestino, sobretudo em Pernambuco (FREIXA, CHAVES, 2009, p.178).
Para trabalhar nos engenhos de cana-de-açúcar, que exigia numerosa mão-de-obra, decidiu-se trazer escravos da África, mais especificamente da região ocidental (FREIXA, CHAVES, 2009, p.179).
Existente desde a colonização, a nossa brasileiríssima cachaça surgiu nos engenhos de cana-de-açúcar. Durante a fervura da garapa [suco da cana] para a elaboração do açúcar, sobrava uma espuma, a borra de melaço. Esta era retirada dos tachos e jogada nos cochos para servir de alimento aos animais. Alguns escravos resolveram provar o líquido que fermentava. [...] Desde então começaram a produzir a bebida (FREIXA, CHAVES, 2009, p.181).
Segundo alguns pesquisadores, o nome cachaça poderia ter vindo de cagaça – eram como se chamavam os resíduos que sobravam da produção de açúcar (FREIXA, CHAVES, 2009, p.181).
Os senhores de engenho passaram a garantir a produção de cachaça, pois também ela servia de moeda de troca para o tráfico de escravos (FREIXA, CHAVES, 2009, p.181). Acredito que não apenas por esse motivo que foi permitida a produção da bebida, uma vez que a venda da mesma trazia lucros para os senhores de engenho, que visavam ganhar dinheiro às custas de outras vidas.
No Ciclo do Ouro, os tropeiros comercializavam também a aguardente, levando-a por todo o Brasil. As elites sempre ignoraram essa bebida porque sempre foi popular. [...] Atualmente é a terceira bebida destilada mais consumida no mundo, graças ao esmero de muitos produtores, que se empenham em fazer produtos de alta qualidade (FREIXA, CHAVES, 2009, p.181). Apesar de hoje termos no Brasil produtores que prezam pela qualidade do produto, a cachaça ainda é vista como sinônimo de bebedeira, e não como possível item de degustação.



Livro: Gastronomia no Brasil e no mundo.
Onde achar?

Componentes:
Bernardo Pfaff,
Caio Augusto,
Isabela Rosin,
Juliana Mitie.

Orientador:
Chefe Jorge Da Hora
           

           

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