sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Comida Da Região Norte


Figura 1: Região Norte do Brasil

A cozinha do Norte é ampla e farta porque apresenta o que a floresta e as águas dos rios oferecem.  Essa região possui um grande tesouro a floresta Amazônica. A cozinha da região Norte teve a influência principalmente da cultura indígena, isso fica evidente nos nomes dos ingredientes, nas principais receitas e no folclore que traz muitas lendas que explicam a origem de alguns ingredientes na culinária da região. Mas teve alguma influência também dos portugueses e Africanos.
Uma grande riqueza dessa região é o rio Amazonas, que é o maior do planeta, por isso oferece uma grande variedade de espécies de peixes, como por exemplo, o pirarucu, que chega a pesar 200 Kg. Por ser um peixe muito grande normalmente é vendido por pedaços. E as receitas são preparadas de acordo com o pedaço escolhido. Além do pirarucu, os peixes mais comercializados no norte são: o curimatã, o dourado, o filhote, o Matrinchã, a piramutaba, surubim, tambaqui e o tucunaré.
Também faz parte dessa região o consumo da mandioca, ingrediente que compõe praticamente todos os pratos. Da mandioca não se joga nada fora, nem mesmo a folha. Com a mandioca se faz a farinha, também se extraí a goma e o tucupi.
A farinha serve como acompanhamento de praticamente todos os pratos, principalmente pela sua diversidade, como por exemplo, a farinha d’água, a suruí e a farinha seca.
Entre os pratos mais consumidos estão: o tacacá, tendo como acompanhamento o arroz de jambu, o pirão, a maniçoba (“feijoada do Norte”).
Também há uma variedade de frutas como o taperebá, a banana-pacova, a castanha- do-pará , o cupuaçu, bacuri, bacuripari, inajá, cupuaí, miriti, biribá, pupunha, camapu, e o mais consumido como complemento alimentar e  fonte energética é o açaí, consumido a qualquer hora do dia acompanhado de mandioca e uma porção de peixe frito.
Portanto, o cardápio tradicional dessa região é composto de tacacá, pato no tucupi, caldeirada tradicional, arroz de jambu e mundico-e-zefinha.
Não é de admirar que essa grande diversidade na culinária da região Nore desperte o interesse dos grandes chefs internacionais.


Livro: “Larousse da cozinha brasileira”
Onde achar?

 O Uso Da Priprioca Na Gastronomia
A priprioca é uma raiz nativa da Amazônia, da espécie Cyperus articulatus L. e pertence à família das ciperáceas, do gênero killingia. Seu sabor lembra a galanga (parente da cúrcuma e do gengibre). Seu cheiro lembra o de ervas secas e madeiras e ao patchouli. No Pará é uma importante fonte de renda para famílias de agricultores e de feirantes.
Seu cultivo é de origem indígena. De acordo com Luís da Câmara Cascudo em sua obra Dicionário do folclore brasileiro,  essa planta passou a ser chamada de priprioca ou casa de piripiri (que significa junco pequeno e oca, casa) porque segundo a lenda piripiri era um guerreiro que tinha o poder de enfeitiçar as mulheres com seu perfume misterioso. Esse guerreiro era meio material e meio espiritual e exalava seu perfume por onde passava. As índias ficavam enfeitiçadas com esse perfume, por isso tentavam de todo o jeito prendê-lo, mas nunca conseguiam porque quando elas tentavam tocá-lo ele desaparecia, virava fumaça. Por isso elas recorreram ao pajé Supi, para saber como aprisionar o guerreiro. O pajé aconselhou aquelas mulheres a amarrar os pés do guerreiro com seus cabelos para que ele não sumisse mais. E foi exatamente isso oque fizeram. Naquela mesma noite, quando ele piripiri adormeceu elas amarraram seus pés com seus cabelos e adormeceram ao seu lado. Quando amanheceu, novamente piripiri havia se transformado em fumaça, mas agora para sempre. Mas encontraram no lugar que ele havia sido amarrado uma raiz perfumada. As índias ficaram desesperadas, e foram até pajé para saber o que havia acontecido. O pajé Supi lhes explicou que piripiri havia subido aos céus e se transformado na constelação de Arapari, as três Marias da constelação de Órion, e que o guerreiro havia deixado a raiz aromática como presente. Então o pajé ensinou as índias a usar o perfume daquela raiz para enfeitiçar os homens.



Figura 2: Priprioca

 



 Figra 3: Priprioca


Até hoje, essa raiz é usada em banhos mágicos e em diversas magias para sedução e sorte.
Hoje esse rizoma é utilizado na indústria de cosméticos, onde é extraído o óleo essencial. A mais de 30 anos a priprioca é utilizada pelas empresas de perfumaria. No estado do Pará essa fragrância doméstica popular é conhecida como “cheiro- do- Pará”, que é feita com a mistura da priprioca com o pacholi em infusão de álcool. Essa fragrância normalmente é  vendida no mercado Ver- o- Peso. No Pará a priprioca é o principal ingrediente dos banhos de cheiro nas festas de São João e nas festas de fim de ano, a fim de dar boas energias. Hoje a Natura já tem explorado o uso da priprioca em seus cosméticos e perfumes.
Esse tubérculo também é utilizado como remédio indicado como contraceptivo, analgésico, como anti-bacterianos, no alívio de dores e para baixar a febre . Esse medicamento é conhecido com “vinagre aromático” que contem além da priprioca, vinagre, folhas de eucalipto, e dentes de alho e é comercializado tanto na farmácia como feito em casa.
Além disso, a priprioca também é utilizada no artesanato para o acabamento de e peças decorativas como vasos, cinzeiros e caixinhas de madeira.



Figura 4: Artesanatos feitos com o caule da priprioca


 Mas recentemente foi descoberto seu uso na gastronomia pelo chef Alex Atala dono dos resturantes D.O.M e Dalva Dito, localizados em São Paulo. Em uma de suas viagens a Amazônia Alex descobriu a priprioca, e introduziu a planta a suas criações gastronômicas para conferir aroma em caldas, bolos e sobremesas, substituindo a baunilha.
O único lugar que se comercializa a planta na forma in natura é nos mercados da Amazônia e é ali que o Chef Alex Atala adquire a planta. E de acordo com ele existem dois métodos de extrair o aroma da priprioca. Um método é por deixar o tubérculo por 15 dias no álcool de cereal, e esse é o método utilizado por ele. O outro método é por meio de destilação a frio, um processo laboratorial.
Portanto, a priprioca com tantas utilidades, tem mostrado ser uma grande riqueza da região Norte do Brasil, inclusive para a culinária brasileira.



Livro: “Dicionário do folclore Brasileiro”
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Referências:

Chaves, Guta; Freixa, Dolores. Larousse Da Cozinha Brasileira. São Paulo: Larousse do Brasil, 2007.
Cascudo, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2001.
Priprioca dá aroma à culinária e a cosméticos. Disponível em: <http://beleza.terra.com.br/noticias/0,,OI3903182-EI7484,00.html>. Acesso em: 25 Setembro 2011.

Priprioca.Disponível em: <http://come-se.blogspot.com/2009/07/priprioca-resposta-ao-post-anterior.html>. Acesso em: 25 Setembro 2011.

Priprioca: A raiz encantada do Amazonas. Disponível em: <http://herbologiamistica.blogspot.com/2011/04/priprioca.html>. Acesso em: 25 Setembro 2011.
Natura Ekos Perfume do Brasil Priprioca. Disponível em: <http://www.perfumenapele.com/2009/06/natura-ekos-perfume-do-brasil-priprioca/>. Acesso em: 25 Setembro 2011.



Componentes:
Talles
Marina Barreto
Mariana
Renata
Pedro

Orientador:
Jorge da Hora


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