terça-feira, 22 de novembro de 2011

ORIGEM DO PÊSSEGO NA AGRICULTURA E CULINÁRIA GAÚCHA

A cultura do pessegueiro está presente no Brasil há mais de 470 anos, quando foi introduzida no Estado de São Paulo na época das Capitanias Hereditárias, trazida pelo português Martin Afonso de Souza. O desenvolvimento da cultura e os primeiros pomares comerciais iniciaram e se expandiram pelo Estado paulista nas regiões onde as condições naturais favoreciam a produção. Em se tratando de cultura adaptável ao clima temperado, encontrou nos Estados do Sul do Brasil as melhores condições para a expansão, principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná. Os anos 1960 marcaram a consolidação dos pomares de pêssego no Rio Grande do Sul que detém mais de 50% da produção nacional. A presença de pessegueiros no Rio Grande do Sul, seja na Região da Serra Gaúcha ou na chamada Metade Sul do Estado, já faz parte da paisagem de extensos espaços agrícolas, explorados, predominantemente, por agricultores de base familiar (Figura 1) (Circular Técnica, nº 80, Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2008).


Figura 1: Pêssegos


Segundo o IBGE, no período entre 1970-1999, a produção brasileira de pêssego passou de 111 para 159 mil toneladas/ ano, assim distribuídas entre os estados produtores: Rio Grande do Sul: 42%, São Paulo: 22%, Santa Catarina: 19%, Paraná: 11%, Minas Gerais: 5% e os demais estados: 1%. A área de pomares de pessegueiros, segundo essa mesma estatística, passou de 16,6 para 20,7 mil hectares, assim distribuídos: Rio Grande do Sul (51%), Santa Catarina (20%), São Paulo (15%), Paraná (9%), Minas Gerais (4%) e os outros estados (1%). Levantamentos mais recentes, efetuados pela Embrapa Clima Temperado, indicam que, no Rio Grande do Sul, nesse mesmo período, foram agregados mais de 5 mil ha de pomares, sendo que dois deles já se encontram em produção, embora ainda não incorporados às estatísticas.
Estimando-se, a partir dos dados acima, a produtividade média de cada estado produtor, verifica-se uma disparidade significativa pois, enquanto o maior estado produtor, o Rio Grande do Sul, apresenta uma produtividade de 6,4 ton./ha e Santa Catarina, também tradicional produtor, 7,2 ton./ha, nos estados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo a produtividade é de 9,2; 10,6 e 10,7 ton./ha, respectivamente. Esse fato, provavelmente, está relacionado ao nível tecnológico empregado e à idade média dos pomares nas regiões.
No Brasil, os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná têm as melhores condições naturais para a produção comercial do pêssego. É possível, no entanto, produzi-lo em outros estados com cultivares menos exigentes de frio ou em estações microclimáticas adequadas às exigências mínimas.
No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, é possível se encontrar plantas de pessegueiro em todas as regiões. Entretanto, a produção comercial está concentrada em três pólos que, juntos, segundo a Embrapa Clima Temperado, somam cerca de 13 mil hectares de pomares.


ARROZ COM PÊSSEGO


 Figura 2: Arroz de pêssego



Receita de Família: Conheci o receituário apresentado abaixo com minha família. Sempre tivemos o hábito de consumir frutas que enfrentavam o frio no Rio Grande do Sul, em especial o pêssego e as ameixas. Aprendi a preparar com minha mãe na infância, por volta dos 6 anos. Fazíamos com estes frutos várias preparações à base de sagu e arroz. Esta maravilha era uma sobremesa especial pois a consumíamos na casa da saudosa vó Alvarina em Porto Alegre lá pelos idos da década de 70. Arroz com pêssego, tempos de infância, vida simples, boa lembrança, registros de felicidade e afeto.
Arroz com pêssego
·         Arroz agulhinha (300g)
·         Passa de pêssego ou damasco (200g)
·         Açúcar refinado (350g)
·         Cravo da índia (q.s)
·         Canela (em pau)
·         Água (500 mL)
Processo culinário
1.    Picar as passas de pêssego em 4;
2.    Em panela colocar água para ferver;
3.    Quando ferver adicionar o arroz aguardar um pouco, e em seguida, acrescentar as passas picadas;
4.    Deixar cozer por 15 à 20 minutos, mexendo sempre e adicionar o cravo;
5.    Adicionar o açúcar e continuar mexendo vagarosamente;
6.    Conferir a cocção do arroz e a maciez da passa do pêssego, além de checar o doce;
7.    Servir em taças de vidro com canela em pau.



Referencias:

CIRCULAR TÉCNICA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. EMBRAPA, nº 80, maio, 2008.
ORIGEM DO PÊSSEGO. Acesso em outubro de 2011. http://as19frutas.wordpress.com/2009/09/21/origem-do-pessego/.
GOOGLE IMAGENS. Acesso em outubro de de 2011.


Componentes:
Cristiana Goes
Gustavo Gaeta
Luis Escouto
Rodrigo Santiago

Orientador:
Jorge da Hora



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