quarta-feira, 23 de novembro de 2011

MOJICA DE PINTADO

Figura 1: Pintado do Mato Grosso

 Tem pintado  no mato grosso  ?
 A mojica é uma tradição indígena. “Moj” significa ‘que vem do rio’, ou seja, peixe, e “ica”  é ‘mandioca’. E isso explica um pouco do que se trata.
 Pintado (Pseudoplatystoma corruscans), também conhecido como surubim, loango, moleque, jaraíva dentre outros, é um peixe da ordem dos Siluriformes, ocorrendo exclusivamente na América do Sul.
Seguindo os passos de Paschoal Moreira Cabral, o Mato grosso teve muito mais que ouro e garimpos, certamente está referindo à culinária.
A identidade culinária ganhou sincretismo com os sulistas e nordestinos que foram povoar a região. E também com os imigrantes árabes, libaneses, paraguaios e bolivianos que igualmente foram tentar a vida naquele mundão de meu Deus.
E aqui começa a nossa história. Afinal, o que se come em Cuiabá? Os primeiros brasileiros não tinham papo para boi dormir e sim, conversa ribeirinha. A herança indígena é muito forte. Trocando em miúdos: peixe com mandioca.
O pintado pode ser mojica, empanado, grelhado, com molho de shoyu ou ensopado. Ele permite qualquer estripulia no tempero. Já o pacu tem mais gosto e pede menos floreio culinário. Ele pode ser ensopado, com ou sem banana. E o piraputanga, que esbanja sabor, é frito ou assado.
Peixe é coisa de Mato Grosso. Os preferidos são: pacu, piraputanga, pacupeba, piabucu, curimbatá e dourado. A mojica, uma das receitas mais populares, é feita com o pintado.
Espécie fluvial de couro com hábitos noturnos. Apresenta cabeça achatada e volumosa tomando boa parte do corpo. A coloração é cinza-parda, ventre esbranquiçado e pequenas manchas pretas arredondadas, inclusive nas nadadeiras. Frequentador do fundo dos rios, tem longos barbilhões e sua carne é de excelente qualidade. É um dos maiores peixes do Brasil, normalmente atinge 1m de comprimento, pesando entre 6kg e 8kg. Mas há registros de exemplares com mais de 2m pesando 100kg. A imagem dessa página é de um cachara, ou pirapará, peixe da mesma família, porém o pintado, ou surubim possui pintas pelo corpo e não listras como o exibido.


Figura 2 :  Pintado



Vive em entradas de corixos, poços profundos e leito dos rios. As bacias com maior ocorrência são a do rio São Francisco, Amazônica e do Prata.
Manuseio deve ser feito com cuidado, pois possuem espinhos nas nadadeiras. Quando fisgado, procura esconder-se em 'tocas' sob as pedras e paus.
Sendo sua carne bastante apreciada, o pintado é bastante procurado por pescadores, o que contribui para a redução dos seus estoques.
É um peixe de hábitos noturnos e piscívoro, sendo encontrado geralmente nas partes mais fundas dos rios. Se alimenta de pequenos peixes como piaus, curimbatás mandis. Podem ser utilizadas como iscas as tuviras, filés de peixes e minhocoçu.
O pintado da bacia do Prata pode chegar a 50 kg de peso, e o da Bacia do São Francisco chega a ultrapassar os 100 kg.
Ao contrário do que muitos pescadores acham, não é um peixe muito comum nos pesqueiros. O que costumamos encontrar mais é um híbrido do Pintado com a Cachara, conhecido como Pincachara que possui as manchas pretas arredondadas do Pintado e listras verticais da Cachara.


Figura 3: Pintado


HÁBITOS E ALIMENTAÇÃO: Possuem hábitos noturnos, mas mesmo que com menor freqüência é muito comum seus ataques durante o dia. Principalmente no começo da manhã e final de tarde quando o sol já não está tão forte. Se alimentam próximo a margem e são carnívoros. É um peixe um pouco mais complicado de se fisgar do que as Cacharas e Pincacharas. Uma dica é aguardar sua corrida para então confirmar a fisgada. Saem tomando linha e geralmente procuram algum enrosco pra complicar a vida do pescador.


As iscas que trazem maior eficiência são: iscas vivas em geral, especialmente pequenos peixes (lambari, tilápia), tuviras, salsicha no fundo ou flutuando.


Figura 4: Mojica de Pintado
Fonte: 




Livro : Farinha, feijão e carne-seca | Um tripé culinário no Brasil colonial


Livro : Com unhas, dentes & cuca | Prática culinária e papo cabeça ao alcance de todos 


Bibliografia



Componentes:
Ana Priscilla M.de Santana
Fabio Sumodjo
Lidyane A.M. Fava
Ligia Maria Fernandes
Orientador :
Jorge da Hora



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